Pensatempo: CGTP comanda greves e mobilizações contra "programa neoliberal de agressões ao povo e ao país"

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CGTP comanda greves e mobilizações contra "programa neoliberal de agressões ao povo e ao país"



A Central Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP) vem realizando uma série de greves e mobilizações entre os dias 20 e 27 “contra o programa neoliberal de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país, implementado pelo governo PSD/CDS, em função da subordinação aos interesses dos grandes grupos econômicos e financeiros”.


Entre os desmandos e atropelos à legislação social e trabalhista, agravados nos últimos 100 dias, alerta a Central, estão “o corte e o congelamento de salários e pensões, o aumento brutal de bens e serviços essenciais como os transportes públicos, a eletricidade e o gás; e os cortes nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, nomeadamente na saúde e educação”.


Longe de combater a crise internacional, alertam os trabalhadores, as medidas só vão agravá-la, pois terão impacto extremamente daninho sobre o mercado interno. “São inadmissíveis as políticas e as posições políticas que defendem a recessão econômica como necessária para nos colocar no nível de vida que devemos ter, para depois ‘renascermos das cinzas’ ”, condenou a CGTP.


Na avaliação da Central, para que Portugal tenha voz forte, “é preciso exigir a renegociação da dívida, com revisão dos prazos, de datas, da dimensão e da forma de resolver os problemas da dívida”. A submissão ao programa recessivo da Troika (FMI, Banco Central e a União Européia), na avaliação dos trabalhadores, equivale a uma “espécie de estado de ocupação do país”, onde “o governo deixa de ser dos portugueses e passa a ser de “defesa dos interesses dos credores e agiotas, que nos exploram com os compromissos que nos impuseram”.


Entre os inúmeros descalabros da política anti-nacional e anti-popular, alerta a CGTP, está em marcha uma ação deliberada de desmonte dos serviços públicos e de perseguição aos servidores. “Os trabalhadores da Administração Pública, face às decisões tomadas nestes dois anos, perdem, em média, cerca de 30% da sua remuneração. Até há setores que perdem mais do que 30%. Observemos que a quebra dos salários dos trabalhadores gregos de 2009 para cá, é de 35%. Nós estamos nos aproximando a grande velocidade, em curto espaço de tempo”.


Da mesma forma o aumento da jornada de trabalho proposta pelo governo equivale a uma perda salarial de 7%, “o que representa uma operação de transferência direta, de uma parte dos rendimentos do trabalho para o capital, sem qualquer efeito no pagamento da dívida, ou na redução do déficit do Estado”.

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