Pensatempo: Novo desastre da Exxon inunda com petróleo cidade dos EUA

terça-feira, 2 de abril de 2013

Novo desastre da Exxon inunda com petróleo cidade dos EUA

Em 2011 foi a vez do famoso Parque de Yellowstone ter seu rio poluído após ruptura de duto da companhia

Leonardo Wexell Severo, no jornal Hora do Povo

Cerca de 10 mil barris de petróleo bruto da transnacional ExxonMobil vazaram... no final de sexta-feira (29) nos Estados Unidos após o rompimento do gasoduto Pegasus, próximo à cidade de Mayflower, no Arkansas, apontou a agência Reuters.
 
Durante 45 minutos foram mais de um milhão e meio de litros derramados, o que obrigou a retirada de moradores das proximidades. As imagens das televisões locais mostraram um rio de petróleo margeando a estrada e até a insuspeita – no caso - Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) avaliou o vazamento como de "grandes proporções". Conforme as autoridades, foi evitada até o momento a contaminação do lago Conway, principal reserva de água potável da região, e mais de 4 mil barris já teriam sido recolhidos pelas equipes de limpeza.
 
Os "acidentes" na ExxonMobil se multiplicam na mesma proporção em que mínguam os investimentos em segurança, denunciam ativistas. Em julho de 2011 um outro vazamento - segundo dados da própria empresa - contaminou com mil barris de petróleo o rio Yellowstone, no Estado de Wyoming, forçando as autoridades locais a evacuarem a população ribeirinha numa distância de 130 quilômetros. Neste caso, a corporação foi multada em US$ 1,7 milhão após a constatação de um erro grosseiro: a Exxon retardou o fechamento de uma válvula, o que aumentou em 2/3 a quantidade de petróleo dissipado.
 
"Maior empresa de capital aberto do mundo", a Exxon é também uma das gigantes quando se fala em contaminação. Entre os maiores vazamentos já registrados no planeta está o do petroleiro Exxon Valdez, ocorrido em 24 de março de 1989, quando a embarcação estadunidense se chocou contra um recife, no Alasca, despejando 42 mil toneladas de petróleo. A "maré negra" alcançou mais de seis mil quilômetros quadrados, sendo, até o momento, o maior desastre ambiental da história dos EUA.
 
GIGANTES DA CONTAMINAÇÃO
 
Ficando restrito apenas aos Estados Unidos e a um único ano, o de 1990, pudemos encontrar várias "marés negras" provocadas pela exploração predatória e sem qualquer segurança, seja para o meio ambiente, a população ou os trabalhadores das petroleiras. No dia 6 de março vazaram mais de 32 toneladas de hidrocarbonetos após a embarcação "Cibro Savannah" explodir e pegar fogo em Linden, no estado de New Jersey. Três meses depois, no dia 8 de junho, a embarcação "Mega Borg" derramou 20.500 toneladas de petróleo em Galveston, no sudeste do Texas. No dia 16 de setembro, o petroleiro "Júpiter" pegou fogo em City Bay, Michigan. As três tragédias, vale ressaltar, em um único ano.
 
Mais recentemente, em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), provocou um vazamento no Golfo do México que se estendeu por diversas semanas, evidenciando a completa incapacidade da empresa em contê-lo diante da ausência de investimentos em segurança. O derramamento só foi controlado no dia 15 de julho, passados quase três meses e mais de 200 milhões de galões de óleo (cinco milhões de barris!) lançados ao oceano, com danos indescritíveis ao meio ambiente. Ao fechar um acordo para pagar a multa de US$ 4,5 bilhões, a transnacional foi forçada a reconhecer ser culpada pela obstrução do processo e, inclusive, de ter mentido ao Congresso a respeito do vazamento e da explosão, que matou 11 trabalhadores.

Hoje reduzido a quatro empresas, o cartel das Sete Irmãs, formado por ExxonMobil (fusão da Exxon com a Mobil), Chevron (Chevron, Gulf Oil e Texaco), dos Estados Unidos, e as europeias British Petroleum e a Royal Dutch Shell tem uma trajetória de crimes que vão muito além dos ambientais. Mesmo os venenosos e contaminantes "vazamentos" são uma gota no oceano comparados ao financiamento de golpes e ditaduras, assassinatos e guerras que o cartel tem promovido pelo controle das reservas de petróleo e gás do planeta.
Quem tem um "bilhete premiado" como o pré-sal - e conhece a ficha corrida dessas transnacionais - não pode desprezar as lições da história e insistir no erro dos leilões. Seria mutilar nossa soberania para premiar o crime.
 



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